No dia 23/02/23, tivemos a primeira defesa de trabalho de conclusão de curso do ResiduaLab.
A pesquisadora Jamílly Taina do Carmo defendeu sua monografia intitulada: “Ativismo popular e conflito socioambiental em Santa Cruz- RJ: uma abordagem antropológica da infraestrutura siderúrgica a partir do Coletivo Martha Trindade”.
A banca composta pelos professores Maria Raquel Passos Lima (PPCIS/UERJ), orientadora, Mariana Cavalcanti (IESP/UERJ) e Frank Davies (UERJ), sublinhou a relevância do trabalho pelo qual a candidata foi aprovada obtendo o título de Bacharel(a) em Ciências Sociais pelo Instituto de Ciências Sociais da UERJ.
A monografia discute o trabalho de vigilância popular em saúde realizado pelo coletivo Martha Trindade, composto por moradores de Santa Cruz, em vista do conflito ambiental ocasionado pela instalação da siderúrgica TKCSA/Ternium.
Resumo:
“O trabalho apresenta o conflito socioambiental existente no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, em torno da instalação da indústria siderúrgica TKCSA/Ternium. A partir da abordagem antropológica e do instrumental teórico dos estudos de infraestrutura, o objetivo é analisar o caso a partir da compreensão da siderúrgica enquanto uma infraestrutura, o que possibilita entender as dinâmicas infraestruturais e múltiplas formas como o empreendimento adentra e molda o território. Apresento um mapeamento dos efeitos da presença e da operação da Siderúrgica para população, meio ambiente e território urbano de Santa Cruz e analiso a política feita pela sociedade civil, a partir da perspectiva dos moradores. O foco da análise e da pesquisa de campo são as ações realizadas pelo Coletivo Martha Trindade composto por moradores do território, onde a atuação do grupo foi iniciada em 2016 durante o processo de monitoramento da6 qualidade do ar em Santa Cruz. Dentre essas ações, discuto o trabalho de vigilância popular em saúde, a partir da minha inserção no território enquanto ativista do coletivo, moradora do bairro e cientista social e pesquisadora, mostrando os desdobramentos da produção científica popular desenvolvida por moradores do bairro frente ao conflito. A metodologia consistiu no método de análise etnográfica, aliado às técnicas de entrevistas qualitativas realizadas com moradores do território, análise de documentos produzidos pelo Coletivo Martha e Instituto PACS, além da minha inserção no território como parte do coletivo.”