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Projeto
/ Urbanidades

Infraestruturas urbanas e a política dos resíduos: a produção da cidade desde as suas margens

Maria Raquel Passos Lima
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O projeto aborda a gestão de resíduos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro na última década (2010-2020) e propõe analisá-la sob o prisma conceitual das infraestruturas urbanas, adotando como foco os “lixões” ou aterros sanitários como estratégia para pensar a relação entre resíduos e cidade. Caracterizados como “zonas de sacrifício”, situados nas margens urbanas e marcados pela precariedade e ausência do Estado, os “lixões” ou aterros sanitários são concebidos como sinônimos da exclusão e exemplo das desigualdades sociais nos países do Sul Global. Sob a luz etnográfica, os aterros e resíduos ganham sentidos e existências para além de passivos ou problemas ambientais, constituindo-se produtivamente como centrais para infraestruturas urbanas e modos de governo de territórios e populações. As complexas relações mediadas pelos resíduos configuram arenas de disputa e conflitos, mas também operam redes de cooperação e resistências, forjando práticas políticas que não se distinguem do fazer cotidiano da própria cidade. A pesquisa busca compreender as formas pelas quais os resíduos articulam relações entre coisas, pessoas, instituições e espaços urbanos, mapeando atores, práticas e projetos em disputa que compõem a política e a poética dos resíduos no Rio de Janeiro.